sábado, abril 29, 2006

Jesus Cristo é o senhor?

Hoje à tarde o cara me parou na rua e gritou, quase me assustando:

- Jesus Cristo é o Senhor!

Aí eu:

- Não sou eu não!

Hehe, pode uma coisa dessas?

sexta-feira, abril 28, 2006

O Esquecimento em Virtude do Mecanicismo

É...trabalho. E hoje, logo hoje que estou tão sem vontade; com o coração abatido, com um certo desânimo, confesso; preciso ir, ainda assim. Sobrepor meu coração e dar-lhe um chá de espera, pra que não se manifeste em lugares públicos. Isso não se faz: mecanizar os atos pra disfarçar os fatos. E penso no que me faria bem agora...talvez dormir, ou museu, ou curso de artes visuais, ou estudar alguma coisa sem utilidade aparente. Nunca percebi que tudo pudesse ser tão cíclico e, ao mesmo tempo, ocorrer da forma diversificada. Mas são quase sete e meia. Ainda tô aqui. A rua me espera, com seus trânsitos alvoroçados e as buzinas barulhentas de quem, não como eu, tem pressa pra chegar na sua mecanização diária e esquecer que tem vida...

domingo, abril 23, 2006

Ubíquo, na vontade utópica de tudo querer...

O homem e sua antropologia. Sempre misturado com suas utopias e teorias e filosofias e ecos que se propagam. Cada qual preocupado com suas minúcias, domando suas miúras e desenhando por si só, as sendas que o levarão ao caminho eterno [da dúvida?]. Vejo que cada vez mais se estende esse tapete infame sobre o chão de pedra, como se o homem quisesse eternamente esconder por detrás do seu brilhantismo intelectual, a veracidade de sua condição instintiva. No fundo somos todos um só, corruptos e indignos, numa convivência múltipla, esta que terrivelmente nos abomina e devora, por querermos, frsutrantemente, sermos donos de tudo.

sexta-feira, abril 21, 2006

Conhecimento

Acabei de comer; dentro em breve, vem um café quente presse dia frio dentro das casas. E lá fora brilha um sol de talvez uns trinta e poucos graus. O Rio quase não conhece temperaturas baixas, tampouco meus pés, que estão agora dentro de meias de lãs finas. Estou concentrado num texto onde não sei o que escrever. Vou sair de casa daqui a pouco. Ah, quantos livros...quanto pra saber...

sábado, abril 15, 2006

Pra ti

Pra ti, que ainda não conheço
e levo como referência
as conversas que temos,
guardo um pouco da minha carência
e das palavras que não proferi;
e temo dizer que espero o mesmo
de ti.
E se nos conhecermos um dia,
ainda que distante,
espero que haja a euforia
de um dia relevante,
e que se desdobre
em cores vibrantes
a verdade na qual te vejo.

Pra ti, que não virou sinceridade,
eu lhe escondo a vaidade
e mostro meu anseio,
pra que haja sanidade
neste enorme devaneio;
onde parece que nos perdemos
antes de nos encontrar
e fantasiamos o desejo
na vontade de amar.

E eis que então, bravo e bandido
hei de criar o infinto
só pra esperar.
Pra ti,
que se não há distâncias,
somos dois velhos conhecidos
deixaremos tão aflitos
nosso medo de não amar.
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Com muito carinho, meu menino...

domingo, abril 09, 2006

Esperança de um amor vindouro

Fiquei exposto, feridas abertas, pus e sangramento. Ainda quis me prender, acercar em mim, entalar, cercar os movimentos, porque liberdade fere e expele o ferimento, pois quem não tem [a]penas-asas não voa. E durante tanto me quis fechado, numa casa sem janelas, portas trancadas pra natureza afora; pensar demais aprisiona e complica o mundo. E se estou falando nisso, no que não tenho há tempos, na esperança de um amor vindouro, é que me reencontro por ti, redescoberto.

quinta-feira, abril 06, 2006

Dádiva e Punição de ser um só

Sim. Tô cheio de coisas pra fazer. Às vezes com, sem ânimo, mas sigo. Na intuição primitiva das coisas, levo pelo menos até meio caminho o andamento dos afazeres. Sinto falta da totalidade e é como se ela desgarrase tanto de mim que não pareço ter compreendido o significado da unicidade das coisas. Pelo visto, ainda tenho que vincular paciência ao cansaço, por isso, descanso. Durmo. Apago. Porque ainda me sobram algumas horas e a noite, e o dia são longos. Tenho uma pilha de material pra ler, quem de longe, acha infinita a labuta do tal, mas se engana. Não tô pra achismos nem modismos. Mas dá vontade de abraçar tudo ao mesmo tempo, mesmo sendo um, porque sou vários! Sou daquilo tudo que me dá vontade, o amor de tudo ao mesmo tempo e, como um pai, me recuso a abandonar tal vínculo que criei com as infintas possibilidades da vida; por isso erro, e quedo insatisfeito por ter recebido do acaso a maior dádiva e da vida o maior castigo.

sábado, abril 01, 2006

Triste

Triste é saber que a vida continua
e que mesmo destruído
é preciso andar.
Triste é procurar o verdadeiro amor
e mesmo sabendo que isso não existe,
continuar,
como quem se perde numa agulha
sem palheiros.
Triste é não poder se abrir,
porque quem se ama é tão infante
que não sabe ouvir
palavras verdadeiras;
é quebrar-se em pedaços miúdos
porque se ficou a esperar na noite derradeira...
Triste é passar horas pensando,
lamuriando um texto
que ninguém lerá
enquanto o mundo afora
sai à noite e se diverte.
É estar sentado
em frente a um computador
numa noite de sábado
traduzindo a dor
de um poema solitário.

Triste é saber que a vida continua
e ainda assim
é preciso amar...